quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O retorno da música

Durante a década dos meus 20 anos as coisas que mais me importavam eram indie rock, folk e literatura pop.
De certa forma, eram formas de introspecção, que usava para tentar fazer sentido do meu mundo interior.
Amei, chorei, decidi rumos da minha vida, considerando como referências Rick Moody, Douglas Coupland, Wilco e Ben Kweller e a Amélie Poulain.

De repente, no início dos meus 30 anos uma vida nova nasceu, literalmente, figurativamente, assim sem querer. De repente eu era quem queria ser, eu era aquela criatura que não tinha conseguido ser aos 25. E a música sumiu, a literatura foi substituída por estudos de economia e filosofia política e nenhum traço daquela guria indie parecia ter restado, como se fosse uma vida ancestral. Tudo ficou mais calmo, mais feliz, meu mundo interior passou a fazer sentido e a tarefa agora era ler para fazer sentido do mundo ao redor. A música da radio, alguns minutos por dia, era suficiente.

Então, de surpresa, duas mulheres estranhas entraram cantando em uníssono e me fizeram lembrar da sensação inigualável de se apaixonar por um artista, do poder transformador que isso tem. Foram seguidas por 3 irmãs em harmonias e agora os fones de ouvido foram resgatados do esquecimento de uma gaveta empoeirada.

E aquela garota indie levantou a mão e disse que ainda mora aqui, em algum lugar.

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